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sexta-feira, 4 de março de 2016

O problema não é o Bolsonaro...



Misógino, racista, homofóbico, classista, preconceituoso e fascista. Dos pontos negativos de um ser humano, Jair Bolsonaro reúne tudo aquilo de mais desprezível que um homem comum pode ter. E, com isso, fomenta o ódio classista, que de dissemina através da ampla ignorância da população, em prol de interesses pessoais ou de conchavos (o que não deixa de ser pessoal também, mas indiretamente).

Entretanto, é um sujeito importante na atuação de um Estado Democrático de Direito (arght! tive que torcer o pâncreas para admitir isso). 

Sim.


O conceito de democracia, expresso no Parágrafo Único do artigo 1º de nossa Constituição Federal, diz que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos (...)". Significa, portanto, que Bolsonaro infelizmente representa a parcela da população que pertence à extrema direita, conservadora e raivosa, que está há 7 mandatos (28 anos, mas é um outro partido aí que não quer largar o poder, né?) elegendo este cidadão por ser, talvez, o único que está disposto a participar desta representação.

O grande problema começou de uns tempos pra cá. Por um motivo que ainda merece um profundo estudo, o radicalismo conservador cresceu absurdamente, juntamente com a disseminação do ódio ao PT (e, consequentemente, em um movimento desprovido de racionalidade e incentivado pela grande mídia, aos movimentos de esquerda), com uma pitada de fanatismo religioso.

Com esta fórmula, não nos empenhamos em cobrar de políticos tão importantes e influentes como o (ainda) presidente da Câmara, Eduardo Cunha, elegemos José Serra para Senador, e não nos importamos em ver Paulo Maluf desfilar tranquilamente pelas ruas.

Mas vamos à loucura quando algo acontece com Lula/Dilma/PT.

Nesta linha, Bolsonaro viu uma chance de brilhar. Afirmou-se cristão, odiador do PT, extremamente conservador e voilá! Ganhou a graça de uma parcela que nem pertencia à extrema direita, mas que, por uma ignorância ou outra, simpatizou com o cara que "fala sem medo".

Ficou bonito na fita com a falácia da "proteção ao cidadão de bem e dos bons costumes da família brasileira": ganhou muita gente que, por ignorância pura, acredita que ele realmente defende estes ideais.

Cidadão de bem. Bons costumes. Família brasileira.
Termos que guardam relevância à discussão da formação de uma sociedade, mas, ao mesmo tempo, possui volatilidade ímpar de tanta subjetividade imbuída. Porque pra mim, cidadão de bem se revolta com qualquer denúncia de corrupção, inclusive com roubo de merenda de criança pobre. Pra você, pode ser que não. Bom costume, pra você, pode ser praticar o bem a qualquer pessoa, independentemente de religião. Pra outra pessoa, bom costume é seguir os ensinamentos da Bíblia (mesmo que distorcidos). E Família brasileira, pra sua vizinha, pode ser o cara, morando com outro cara, e um cachorro. Para o meu vizinho, é um homem, uma mulher e seus filhos.

Jair Bolsonaro representa a involução, a estagnação, o ódio, a intolerância, o preconceito. Tudo o que não precisamos para um país melhor. Mas, como eu disse, vivemos em uma democracia.

O problema mesmo é ver tanta gente apoiando este sujeito...
Só reflete como nossa educação é doente.

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